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Um novo indicador para o mercado de trabalho

O mercado de trabalho é um importante pulso da economia e também é fator primordial para a tomada de decisão sobre a política monetária dos bancos centrais.

Uma nova forma de enxergar o mercado de trabalho foi desenvolvida por este editor para compreender o quão perto do momento em que se pode afirmar que o mercado de trabalho está realmente enfraquecendo.

O primeiro passo para construir as figuras acima consiste em ordenar os estados por percentual de desemprego em escala ascendente e dividir a série em cinco partes iguais (quintis). Cada parte contém dez estados, salvo o primeiro quintil que tem onze – são 51 estados. O primeiro quintil é constituído pelos estados com as menores taxas de desemprego. Em seguida é calculada soma das participações do PIB de cada estado em um quintil em relação ao PIB do país. Como resultado, o quinto quintil, constituído pela mesma quantidade de estados, porém com as maiores taxas de desemprego, concentra 45,1% do PIB do país.

A taxa de desemprego nacional é de 3,7% pelo último relatório do mercado de trabalho e, curiosamente, a menor taxa de desemprego no quinto quintil é de 3,8%. Se, por um acaso, o percentual do PIB do quarto quintil começar a subir, sem que o percentual do quinto não decresça, pode ser um sinal de deterioração. Cabe lembrar que a média móvel de quatro semanas do número de pedidos de auxílio-desemprego, um indicador antecedente, rompeu na semana passada pela primeira vez uma congestão desde 2019 – excetuando o período pandêmico. A taxa de desemprego do quinto quintil é de 4,2%, bem acima da nacional. Se a taxa do quarto quintil subir, sem que esse mesmo percentual do quinto não caia, será um sinal de alerta.

O segundo gráfico é interessante e talvez – o acompanhamento irá mostrar – seja mais informativo. Somam-se as taxas de desemprego dos estados de um quintil ponderadas pela contribuição de cada estado para o PIB total do quintil. Curiosamente, o resultado é muito parecido com a mediana das taxas em cada quintil, mas com mais informações macroeconômicas.

Talvez os gráficos venham a gerar sinais em sincronia, mas somente o acompanhamento nos dirá. A lógica por trás desse levantamento consiste em dar mais importância ao quintis de maiores PIB´s, uma vez que as economias dos estados são interligadas. Se um balde – entenda-o como sendo o PIB de um país – contém 45% de água fria e 55% de água quente, o resultado final será uma água um pouco mais do que morna. Se o volume de água fria aumentar, o resultado é o esfriamento da água no balde.

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